Los Angeles, 11 dez 2021 (Lusa) - As vendas da cerveja portuguesa Quinas quadruplicaram na região canadiana do Québec e cresceram 85% nos Estados Unidos durante 2021, disse à Lusa o grupo responsável pela marca, Domus Capital.
“Até final de novembro, aumentámos 300% só no Québec”, afirmou Emanuel Cabral, acionista do Domus Capital e presidente da Globalinc, que introduziu a Quinas no Canadá em 2019. “Se não tivéssemos tido problemas de ‘stock’ tínhamos vendido mais”, referiu.
Segundo o Domus Capital, a Quinas tornou-se na marca de cerveja que mais cresceu no Québec, através da cadeia SAQ, e a segunda marca portuguesa mais vendida.
“A cerveja é boa e os canadianos gostam dela”, considerou Emanuel Cabral. Em 2021, a publicidade à bebida durante as transmissões de jogos do Campeonato da Europa em futebol foi muito eficaz, explicou. “Os ‘spots’ publicitários duplicaram as vendas”, disse.
A ambição do Domus Capital é que a Quinas se torne na cerveja portuguesa número um no Québec, uma região muito importante pela sua dimensão (8,5 milhões de habitantes) e apetência por estes produtos.
“Aqui, na parte francesa do Canadá, é que se vendem mais produtos importados, seja a cerveja ou o vinho”, explicou Emanuel Cabral. “70% dos vinhos portugueses são vendidos aqui no Québec, que tem 25% da população canadiana”, afirmou.
A marca está disponível em cerca de 200 lojas especializadas SAQ e 30 restaurantes, preparando-se para entrar agora noutras superfícies, depois de conseguir licença de álcool para vender diretamente aos supermercados e lojas de conveniência. Isso deverá “mais do que triplicar” as vendas em 2022.
“A primeira cerveja portuguesa da história a entrar nos supermercados e lojas de conveniência é a Quinas”, afirmou Emanuel Cabral. Já presente no Québec, Ontário, British Columbia e Alberta, a marca passará a estar disponível em milhares de pontos de vendas.
Enquanto no Canadá são sobretudo os consumidores canadianos que procuram a Quinas, nos Estados Unidos a cerveja popularizou-se entre as comunidades luso-americanas.
“As pessoas ficam entusiasmadas com um produto português vendido por portugueses”, indicou David Cabral, que está à frente da operação da Quinas nos Estados Unidos e entrou como acionista no início do ano.
“Em Nova Jersey, são os luso-americanos que mais compram. Na Flórida são muitos brasileiros, que procuram uma cerveja leve, com mais sabor”, explicou.
Massachusetts, Nova Jersey e Flórida são os mercados mais importantes neste momento, sendo que a Domus Capital está a tentar recuperar o tempo perdido na Califórnia, onde a pandemia de covid-19 gerou muitos atrasos com os contentores e problemas ligados ao confinamento.
Além destes estados, a empresa pretende reforçar a sua presença em Nova Iorque, Connecticut, Pensilvânia, Rhode Island e Maryland. David Cabral revelou ainda que há planos para entrar no Texas em 2022, visto que “existe procura”.
“Os americanos estão interessados e Portugal tem uma boa reputação”, disse o responsável. “Nos Estados Unidos, o que percebemos é que há cada vez mais pessoas que viajam até Portugal e têm contacto com a cultura portuguesa”.
Isso facilita o seu interesse por produtos portugueses, que são agora associados a qualidade.
“Às vezes fico surpreendido porque olham para a cerveja portuguesa como um produto de luxo”, disse. “As pessoas veem valor em algo que é italiano ou francês e agora também português”, continuou.
“Há muito potencial por explorar”, disse ainda.
Por outro lado, David Cabral considera que o investimento que a Domus Capital tem feito no mercado norte-americano está a colmatar uma lacuna deixada por outras marcas portuguesas de cervejas, no que toca ao envolvimento com as comunidades.
“Vamos aonde as outras marcas não vão, já não investem nestes clientes”, afirmou. “Isto abriu um lugar para a Quinas, portuguesa com certeza. É mesmo portuguesa, não é uma marca portuguesa gerida noutro país”.
Depois de estabelecer uma delegação comercial nos Estados Unidos, a Domus Capital vai investir na expansão da Quinas e potencialmente outros produtos do grupo naquele mercado.
“Há espaço para uma nova marca”, frisou David Cabral. “As pessoas estavam à espera de algo diferente. Querem mais escolhas e isso faz sentido”, concluiu.
Comments