Lisboa, 15 nov 2021 (Lusa)
O social-democrata Nuno Miguel Henriques confirmou hoje a entrada na corrida à liderança do PSD, mostrou-se disponível para debater com Paulo Rangel e rejeitou a ideia de que o presidente do partido tenha de ser o candidato a primeiro-ministro.
“Sou candidato a presidente da Comissão Política Nacional do PSD”, disse Nuno Miguel Henriques, em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa.
O antigo candidato do PSD à Câmara de Alenquer afirmou-se disposto “a debater o partido” com o eurodeputado e também candidato Paulo Rangel.
“Estou disposto a debater com o outro candidato já assumido que disse que quer ir a debates, e a debater todos os assuntos e o país, sem medo”, declarou.
A questão “de não haver debates” é “respeitável para quem disse que não os quer fazer”, referiu, aludindo ao presidente do partido, Rui Rio, que excluiu participar em debates internos para se concentrar na preparação das eleições legislativas de 30 de janeiro.
No entanto, já que Paulo Rangel se disponibilizou, Nuno Miguel Henriques disse estar disposto a debater “a qualquer hora, em qualquer sítio”.
Sob o mote “Portugal mais e melhor” e assumindo-se como “terceira alternativa” e voz dos militantes “que têm estado em silêncio”, Nuno Miguel Henriques disse estar confiante na disputa de uma segunda volta das eleições internas: “Havendo três candidatos existe muito essa probabilidade”.
“Ao dia de hoje, digo-lhe que sim, que quero uma segunda volta. Se as circunstâncias mudarem, mudamos com certeza. Só não muda quem é aquilo que nós sabemos”, respondeu aos jornalistas.
Questionado sobre quantas assinaturas já tinha recolhido, o candidato não avançou com um número, mas garantiu que terá as 1.500 assinaturas entregues até ao dia 22 de novembro.
“Estão várias pessoas pelo país a recolher as assinaturas (…). Temos bastantes, portanto, estamos otimistas de que se nós quisermos ir a votos vamos ter [assinaturas suficientes]”, elaborou.
Se for eleito como o sucessor de Rui Rio, o antigo candidato autárquico social-democrata não vai fazer depender da liderança do partido a disputa ao cargo de primeiro-ministro.
“O presidente do partido não tem de ser obrigatoriamente, ao contrário do que muita gente pensa, o primeiro-ministro. Isto já aconteceu no tempo de Francisco Sá Carneiro (…). O primeiro-ministro deve ser a pessoa que está mais bem preparada e para se dedicar em exclusivo aos assuntos do país. Depois deve haver outras pessoas para fazer o lado do partido”, completou.
Nuno Miguel Henriques já tinha manifestado publicamente, em 2012, a intenção de ser candidato à liderança do PSD, na altura contra Pedro Passos Coelho, que acabou por não concretizar.
Remetendo para essa altura, considerou que se Passos Coelho se tivesse dedicado apenas aos problemas do país, “possivelmente o partido hoje não estaria no estado a que chegou”.
O ex-candidato a Alenquer nas últimas autárquicas (obteve 14,5% dos votos contra 42,4% do PS) refere ter “três décadas de militância”, apresenta-se com o lema “Portugal, mais e melhor” e manifesta a intenção de “percorrer o país apresentando o seu programa para o partido”.
Foi adjunto da presidente da Câmara de Castanheira de Pera, deputado municipal em Torres Vedras pelo PSD e diretor do Instituto de Artes do Espetáculo de Lisboa, entre 1995 e 2001.
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